“Ora, passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago,
e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo. E, muito cedo, no primeiro dia da
semana, foram ao sepulcro, ao levantar do sol. E diziam, uma às outras: Quem
nos removerá a pedra da porta do sepulcro? E, olhando, notaram que a pedra já
estava removida; pois era muito grande; e entrando no sepulcro, viram um jovem
sentado à direita, vestido de um longo manto branco; e ficaram aterrorizadas. E
ele lhes disse: Não vos atemorizes; buscai a Jesus de Nazaré; que foi
crucificado; ele ressuscitou; não está aqui; vede o lugar onde o puseram. Mas
ide, dizei a seus discípulos, E A PEDRO, que ele vai adiante de vós para a
Galileia; ali o vereis, como ele vos disse.” (Marcos 16:1-7)
Podemos tirar algumas lições práticas para nossas vidas
através deste texto, mas principalmente da frase: “E a Pedro”.
Podemos nos perguntar: Porque ele não disse: “E a João”, este
era conhecido como o amado do Senhor. Ou “E a Tomé”, pois este duvidou da
ressurreição do Senhor.
O que havia então em Pedro para que ele fosse tão especifico
e direto em seu recado. Para poder entender bem isto precisamos voltar no
tempo, exatamente três dias atrás.
Pedro cometera um grande pecado, apesar de ter sido avisado
pelo próprio Senhor, e com certeza sabia as consequências desta sua atitude.
“Mas quem me negar diante do homem será negado diante dos
anjos de Deus.” (Lucas 12:9)
Pedro se escondeu, se sentindo só, coberto pela sua vergonha,
com pensamentos, os quais conseguimos imaginar: “Depois disto não tem mais
jeito para mim, sou indigno de ser lembrado ou aceito novamente pelo Senhor.
Pedro com certeza olhou para sua fraqueza e pensou em
desistir. Pedro, como nós, ao olhar sua realidade e sua humanidade, enxergou
seus erros, defeitos e misérias, e, ainda não entendendo totalmente a Graça de
Deus, resolveu se excluir daquilo que nunca foi excluído pelo Senhor, Seu
propósito eterno.
Como Pedro, insistimos em nos culpar, lembrar de coisas
quando o próprio Senhor não se lembra delas.
Somos, como Pedro, pessoas frágeis e muitas das vezes fazemos
declarações que não podemos sustentar em nossa força natural.
“Ainda que todos venham a tropeçar por tua causa, eu jamais
tropeçarei.” (Mateus 26:33)
Tenho entendido, depois de muito falhar, que através da minha
força, não consigo nem mesmo ir até o Senhor. Todavia, creio que nos momentos
de extrema fraqueza e debilidade, de forma sobrenatural o amor de Deus nos
atrai e nos dá forças. E assim, entendendo que não me resta mais nada a não ser
correr para os braços do Pai.
A minha, e com certeza, a sua, grande esperança é que: Jesus
como Bom Pastor irá ao encontro de Suas ovelhas caídas e feridas para
restaura-las.
Gostaria então, baseado em algo que li, de anotar algumas
atitudes práticas que Jesus tomou para restaurar a vida de Pedro:
1ª Atitude: Foi Jesus que procurou Pedro:
Quando estamos fracos, quando tropeçamos e caímos, nos falta
forças, estamos envergonhados e não conseguimos nos erguer sozinhos e
dependemos de ajuda para sermos restaurados.
2ª Atitude: Jesus nunca desistirá e nem esmagará aquele que
está caído:
“Não esmagará a cana quebrada, nem apagará o pavio que
fumega, até que faça vencedor o juízo.” (Mateus 12:20)
Talvez Pedro quando encontrou o Senhor, agindo segundo o seu
próprio padrão de agir, esperava uma severa reprimenda do Senhor, pois sua auto estima estava no pó, ele se sentia o
pior dos homens naquele momento.
Porém, ao contrário de todas as expectativas de Pedro, o
Senhor preparou um cenário para restaurar aquele homem precioso, que só o
Senhor conseguia enxergar naquele momento, e, fez-lhe perguntas diretas ao seu
coração.
3ª Atitude: Reavivou o primeiro amor de Pedro
Em vez de confrontar Pedro e lembrá-lo de suas vergonhas e
misérias. Jesus o toca de maneira sensível: “Tu me amas?”
Com aquela conversa e perguntas, Jesus vai entrando novamente
no coração de Pedro e restaurando o propósito e o ministério daquele homem tão
precioso e com um potencial que só o Senhor conseguia ver naquele momento.
Escrevo estas coisas em lágrimas, pois com certeza preciso
entender a profundidade destas verdades e assim compreender como Paulo
compreendeu o amor de Deus.
“Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim
de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender,
com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a
profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para
que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.” (Efésios 3:17-19)
Oswaldo Pinho