terça-feira, 19 de abril de 2016

A GRAÇA SEM LIMITE

Algum tempo atrás lendo um livro de Watchman Nee fui confrontado com minha realidade e com a realidade da graça de Deus. Nesse tempo olhava exclusivamente para quem eu era, para minhas atitudes e escolhas, para meus fracassos e limitações, enfim, para minha verdadeira realidade. Lendo este livro pude, afinal, ter a revelação do caráter de Deus e como Ele lida com as situações de nossa humanidade. Hoje me lembrava desta época (que se repete vezes após vezes), resolvi compartilhar algumas coisas que extraí deste livro para minha vida.
“Agora ide, dizeis aos discípulos dele e a Pedro que Ele está seguindo adiante de vós para a Galiléia. Lá vós o vereis, assim como Ele vos predisse.” (Marcos 16:7)
Este texto do Evangelho de Marcos registra que, após a ressurreição do Senhor, um anjo disse para algumas mulheres que elas fossem contar aos discípulos o que havia acontecido, todavia há aqui um detalhe que mudou a minha forma de enxergar a graça de Deus. O anjo do Senhor destaca o nome de Pedro neste comunicado.
Qual seria o verdadeiro motivo do anjo ter destacado o nome de Pedro? Vamos à história:
Dias antes desse acontecimento, Pedro em sua fraqueza e limitação comete um erro crucial em sua vida, nega o Senhor diante dos homens, erro esse que daria ao Senhor o direito legal de esquecê-lo totalmente e negar sua existência e história diante dos anjos de Deus.
“Digo-vos mais: todo aquele que me confessar diante das pessoas, também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus. No entanto, o que me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus.” (Lucas 12:8-9)
Embora Pedro tenha reconhecido e se arrependido do seu grande erro, com certeza uma grande dúvida pairava sobre sua cabeça: “Provavelmente nunca mais poderei me aproximar do Senhor.”
Talvez Pedro, como nós, ficasse insistindo em olhar somente para suas falhas e isso o levava a esconder-se em sua vergonha.
Pedro, no entanto, havia esquecido que o Senhor não olhava como o homem, pois o homem olha para nossas falhas e nossas limitações, mas o Senhor, como já conhece de antemão todas elas, nunca é surpreendido com nossas atitudes.
Quando o anjo de Deus destaca o nome de Pedro, em outras palavras está dizendo: “Pedro, Eu nunca irei abandoná-lo, independente do que você fez ou de quem você é.”
Sendo assim, o Senhor marca um encontro de reconciliação com Pedro, pois quer demonstrar, não só para Pedro, mas para todos os outros, que a importância de Pedro para Ele não havia mudado em nada.
Fico impressionado com isto: Pedro negou a Jesus diante de todos e o Senhor fez questão de reconcilia-lo diante de todos.
A revelação da Graça sem limite é que nos leva avançar e a suportar a realidade de nossa humanidade. Creio também que esta revelação nos tirará de “nossos esconderijos” e nos levará para um relacionamento sem “véus” ou outra coisa qualquer que nos separa do Senhor.
A Palavra da Graça será especialmente memorável para tantos quantos a receberam.
Oswaldo Pinho



quinta-feira, 7 de abril de 2016

QUESTÃO DE NATUREZA

“Ninguém coloca remendo novo em roupa velha; porque o remendo força o tecido da roupa e o rasgo aumenta. Nem se põe vinho novo em odres velhos; se o fizer, os odres rebentarão. Mas, põe-se vinho novo em odres novos, e assim ambos ficam conservados.” (Mateus 9:16-17)
A obra do Espírito Santo em nossas vidas não pode ser parcial, pois não esta relacionada com uma simples mudança parcial ou superficial de alguns costumes, comportamentos ou estilo de vida. Esta obra é parte de um processo que Deus começou em nossas vidas no dia de nossa salvação.
“E estou plenamente convicto de que aquele que iniciou boa obra em vós, há de concluí-la até o Dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1:6)
A grande questão de nossas vidas é uma questão de natureza, de morte e vida. Morte de uma natureza (caída) para o estabelecimento de uma nova natureza. Pois como nos diz o texto inicial não podemos tentar remendar, consertar ou refazer (aproveitando alguns aspectos ou características) daquilo que não tem mais jeito.
Essa morte tem a ver com o processo do nosso relacionamento com Deus, pois toda e qualquer tentativa de fazermos isto através de nossa própria força ou de práticas religiosas será na verdade uma obra de nossa carne e de nossa justiça própria.
Paulo entendendo bem esse processo, declarou em Gálatas 2:19-20: “Pois, por intermédio da lei eu morri para a própria lei, com o propósito de viver tão somente para Deus. Fui crucificado juntamente com Cristo. E, desse modo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E essa vida que agora vivo no corpo, vivo-a exclusivamente pela fé no Filho de Deus, que me amou e se sacrificou por mim.”
Outro exemplo bíblico desse processo da obra do Espírito Santo em nossas vidas e de onde este processo quer nos levar é a vida de João Batista:
João Batista não disse: “Convém que eu diminua para que Ele cresça”. João disse: “Convém que Ele cresça e eu diminua.” (João 3:30)
Em outras palavras: Quanto mais eu permito a Obra do Espírito Santo em minha vida e em consequência disso a vida de Deus vai nesse processo crescendo em mim, e naturalmente (de forma natural) começa diminuir a velha natureza que habita em mim.
Não tenha medo de se deixar levar pelo Espírito Santo de Deus a esse grande e maravilhoso processo (em algumas vezes doloroso) que é a morte do velho “eu” para o surgimento da nova criatura. Sendo assim, creia, o morrer com Cristo não é o fim, é o começo de uma nova chance. E, essa é a maior demonstração do amor e da graça de Deus.
Oswaldo Pinho