Deus tem sua obra e essa obra não é sua e nem a minha obra,
tampouco é a obra deste ou daquele grupo. A obra de Deus é feita através do
próprio Deus.
Quanto mais cedo aprendermos isso, melhor, porque as “obras”,
as ideias, os métodos, o zelo, a seriedade, os esforços e as atividades
incansáveis do homem não têm qualquer lugar nos planos de Deus.
Entretanto, apesar de sabermos que não podemos fazer a obra
de Deus pela nossa força, por outro lado, fomos chamados de Seus co-obreiros.
Como então, podemos fazer a obra de Deus aqui na terra? Em
Efésios podemos começar a entender bem está questão:
“Porquanto, Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo,
para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença.” (Efésios 1:4)
“Deus nos ressuscitou em Cristo, e com Ele nos entronizou nos
lugares celestiais em Cristo Jesus, para revelar nas eras vindouras a suprema
riqueza de sua graça, por intermédio da sua bondade para conosco em Cristo
Jesus.” (Efésios 2:6-7)
Mas, quem, é, então, um co-obreiro de Deus?
Não é alguém que deseja trabalhar para Deus, alguém que vê
uma necessidade e deseja atendê-la; não é nem mesmo alguém que conduz pessoas à
salvação; antes, é aquele que faz o que Deus lhe designou em Seu eterno
propósito, e ele faz apenas isso. Se conseguirmos enxergar aquilo para que
fomos conquistados por Cristo, todos nossos labores, todos os nossas obras
formais para Ele, serão esmagadas e feitas em pedaços.
O propósito, o alvo e o grande objetivo de Deus em tudo é:
Revelar, manifestar Seu Filho, mostrar a riqueza de Sua graça e Sua bondade
para conosco, em Cristo Jesus.
Se a obra que temos feito é menos que isso, então, nós não
estamos fazendo a obra de Deus e assim não estamos sendo um cooperador de Deus.
Paulo declarou: “Prossigo para conquistar aquilo para o que
também fui conquistado por Cristo Jesus.”
Não precisamos olhar ao redor e criticar ou julgar os outros,
questionando o que está certo ou errado. Não podemos nos incomodar com os
outros. Todavia, asseguremo-nos de que nós mesmos estamos prosseguindo “para o
alvo” para o prêmio da soberana vocação de Deus para nós em Cristo Jesus.
O que devemos ser então?
Devemos ser simplesmente um grão de trigo que caindo na terra
e morrendo produziremos muitos frutos. Pois, tudo que em nós teve origem, tudo
mesmo, precisa morrer.
Só podemos servir a Deus com aquilo que é de Deus. Nada a não
ser aquilo que procede de Deus pode ser usado no serviço de Deus.
Precisamos estar tão mortos quanto a vara colocada diante do
Senhor durante uma noite. Durante uma noite e não por dez minutos. Muitos de
nós emergimos muito cedo. Deus nos faz deitar, mas nós deveríamos levantar
somente pela manhã. Tal período de morte pode durar meses ou ser até mais
longo.
Qual o resultado? Nosso ministério se vai, nossa riqueza espiritual
é tirada; tudo o que possuía-mos e nos levava a regozijar-nos, tudo o que
conhecíamos e experimentava-mos foi removido; nossa vida de oração e nosso
testemunho foi tirado. De fato, tudo parece ser trevas e morte. Entretanto,
estamos nas mãos de Deus, deitados diante Dele.
Rejeitamos olhar para dentro de nós mesmos e nos examinar
para ver onde estamos, pois tudo o que está dentro de nós é e será sempre
trevas. Assim, decidimos simplesmente manter os olhos fitos no Senhor.
Sabemos que a manhã da ressurreição virá, mas retiramos as
mãos da obra e deixamos o Senhor realizar Sua Obra perfeita durante toda essa
noite de morte para todas as coisas.
Oswaldo Pinho
***Compilado: Watchman Nee